segunda-feira, abril 05, 2010

LULA NA BAND

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Fraca a entrevista do presidente Lula no Canal Livre, no final da noite deste domingo, na Band.
Perguntaram pouco, ouviram muito. Exceto Bóris Casoy, que apertou o presidente quanto às ameaças obscuras de controle da liberdade de imprensa, o resto foi festa para Lula.

Infelizmente, eu já esperava um tom ameno na entrevista, principalmente pela presença e postura do apresentador de programas sensacionalistas José Luís Datena."Folgado" até mesmo no modo em que se sentou para a gravação, não conseguiu, ou não quis apertar o "amigo" Lula na questão da violência.

De importante, Lula jogou para os empresários e os políticos a responsabilidade pela não aprovação de uma reforma tributária nesses oito anos de mandato. Disse o presidente, “todo mundo é favorável à reforma, mas cada empresário tem a sua reforma, cada político tem a sua.”

Lula chamou Ricardo Boechat (apresentador do Jornal da Band) de preconceituoso ao responder sobre a grande quantidade de viagens que o presidente fez durante o mandato e se pretendia descansar no Brasil depois de deixar o cargo. Lula disse que “aprendeu a lidar com preconceito”, mas que foi em viagens ao exterior que ampliou o número de parceiros internacionais e as exportações brasileiras. Disse ainda que já recebeu mais de 41 títulos de Doutor Honoris Causa em vários países, mas prometeu só viajar para esse tipo de reconhecimento depois que deixar a Presidência da República.

Lula disse que o papel do Brasil não é ser pequeno; é ser grande. Viajar é preciso. Investir fora, ajudar países parceiros e vizinhos também. Citou o exemplo da China, que botou 10 bilhões de dólares nas mãos do governo argentino para ajudar o país a sair da crise. O Brasil não fez nada, porque o Congresso não aprovou.

O presidente também explicou porque teve de comprar um novo avião. O anterior estava velho. A Presidência pagava multa porque o "sucatão" fazia barulho nos aeroportos.

Para o presidente, foram os próprios jornalistas, e não o Governo Federal, que propuseram, por meio da Fenaj, a criação de um órgão (conselho) de controle do exercício da profissão. Afirmou que "só há um tipo de controle da imprensa no Brasil, nas emissoras teelvisão, o telespectador; nas rádios. o ouvinte; e nos jornais, o leitor.”

Lula fechou a entrevista dizendo que o Brasil não vai parar mais.

Fico sempre pensando o preço que o jornalismo da Band paga (com perda de credibilidade, claro), ao manter Datena no ar. Mesmo sabendo que se trata de um dos poucos horários em que o Ibope da emissora paulista (já com imagem manchada como Rede Corinthians de Televisão) sai do traço. Uma pena.

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