domingo, dezembro 28, 2008

Feliz PENSAMENTO NOVO!

- "Vai, vai aprontando, viu? Quando seu pai chegar vou contar tudo. Se bobear, já ligo pra ele agora mesmo pra ele ficar sabendo o que está acontecendo aqui em casa."
Esse texto você já conhece bem, não é? Faz parte da rotina de quase todos os lares no mundo inteiro. Geralmente é dito pela mãe, empregada doméstica ou por um dos irmãos.

Quem não tem como controlar uma situação ou sequer explicar qualquer acontecimento, inventa logo uma forma de poder. Cada casa tem seu bicho-papão.
Com as religiões a coisa funciona assim também. Imagina o homo sapiens sapiens tentando sobreviver a um mundo selvagem, descobrindo a linguagem e ainda tendo que explicar fenômenos naturais como trovões, relâmpagos, enchentes, morte, doenças, etc?
Sem ciência, ou seja, sem conhecimento, o jeito foi inventar. Não dava para pesquisar. Então, os fenômenos vindos do céu viraram ainda reflexos do temperamento de coisas que moravam lá. Bichos, deuses, demônios. E tudo isso variando de cultura para cultura.

O incrível é que, hoje, mesmo depois de tantos e tantos séculos de avanço da ciência, até mesmo psicólogos tropeçam na tradição do mais fácil e recorrem ao bicho-papão para evitar que seus filhos entrem em quartos escuros! E é assim que acontece com a religião. Só que, nessa área, a situação sempre foi mais delicada.

Imaginem se após uma grande destruição mundial restem poucas famílias e apenas um exemplar do livro “O Senhor dos Anéis”? Os séculos virão e vão acabar construindo templos para glorificar o ingênuo Frodo, seu heróico amigo Sam, e o demônio será Sauron. Pobres personagens de um bom livro de ficção. E é o que a bíblia. Um livro de fábulas até hoje jamais comprovadas. Rico em mensagens de humanidade, dominação e barbáries – foi escrito por povos que hoje podemos chamar elegantemente como analfabetos funcionais.

O pai que só chega no final do dia é Jesus, um cara literalmente pego pra Cristo. Ao mesmo tempo em que essas lendas ajudam a botar regras de controle social, também serviu de manual de dominação religiosa e política. Até mesmo a Igreja reconhece: não há nenhuma prova da existência de Jesus. De qualquer tipo de divindade, pior ainda.

Já repararam como tudo é contestável, menos a existência de deuses, santos, e... Bom, por que os elfos não podem existir? O ser humano natural, ou seja, aquele que consegue formar opinião própria, e tenta ao máximo ter o pensamento livre é que é obrigado a provar a inexistência de algo que está num livro. Então, tá bom: eu invento meu saci pererê, crio altares para ele em cada esquina, junto meus tostões e meus seguidores e pronto: você é que tem que provar que meu saci não existe?

Precisamos abandonar a preguiça e pensar de verdade. Há outras idéias além dos livros santos de cada religião. Por que temos que acreditar que a bíblia é a resposta para tudo, sendo que não há nada real ali? Um livro cujo conteúdo foi mexido e remexido de acordo com o gosto e as intenções de reis e manda-chuvas religiosos. Se o rei não gostava da idéia de reencarnação como escravo, mandava tirar tudo sobre a volta dos mortos à vida.

Não podemos mais usar esse método mesozóico para educar nossos filhos, nem como baliza para nossas vidas. É tempo de acordar e sair da sala de cinema. A trilogia acabou. Peter Jackson já rodou outros filmes depois da série dos malditos anéis. Então, chega. Vamos ver outros filmes. Vamos usar argumentos reais para que nossos filhos, amigos e a sociedade em geral faça o bem, faça o que é certo.

Eu não quero aqui pregar o abandono radical desses cultos e todas as suas variantes. A transformação deve ser natural, aos poucos. Ainda tem gente que se assusta quando está ao lado de um ateu, ou quando descobre que muitos famosos são ateus. O natural é ser natural. As crenças são impostas pela cultura de cada povo. Apesar de todas as guerras e mortes que as religiões provocaram e ainda provocam, não precisamos destruir a riqueza cultural que elas esculpiram em milhares de anos de parafinas derretidas. A fé, como neurolingüística, é algo bom. Pena que tem sido uma energia desperdiçada em algo inexistente.

O que o ser humano mal informado não suporta é entender que ele é um ser vivo como outro qualquer, sujeito a ser pisoteado como formiga, a sofrer doenças, a ser atingido por um raio, a cair do telhado, e a ser vítimas de nossas próprias armadilhas. Então, compreende-se assim o apego ilógico a uma suposta lógica na equação vida-e-morte. Não podemos simplesmente morrer e pronto. Formigas podem, nós não!

É preciso perceber que não adianta rezar porque criancinhas serão tragadas pelas enchentes; ônibus cairão em pontes (inclusive os que levam romeiros a Aparecida do Norte ou que foram a um retiro espiritual evangélico); políticos corruptos serão eleitos; doenças continuarão matando... Nada muda se você reza. Nada muda se você não reza. Mas se o motorista respeita a sinalização; se o paciente segue à risca as ordens médicas; se o eleitor vota no candidato honesto; isso, sim, MUDA TUDO!

Mas a gente ignora que só quando percebemos que - sim! – não somos nada melhores nem piores que formigas, é que passamos a dar real valor à busca por explicações reais. Essa é a nossa grande jornada, e a ciência, ao contrário do que muitos pensam, é a nossa mágica. É a nossa arma mais poderosa para ir avançando em direção ao que se possa chamar de VERDADE, passando o bastão de geração em geração. Essa é a coisa mais linda e admirável da raça humana. Essa é a nossa grandeza. Nossa tarefa crucial! E quanto mais perdermos tempo nos contentando em parar de pensar, em parar de estimular nossos neurônios, em usar a fé para explicar tudo, estaremos nos afastando dessa nobre missão. E as formigas estarão bem à frente. Elas não vão se destruir porque não têm templos nem deuses. Estão ocupadas em sobreviver. Nós nos destruiremos, e elas estarão aí, cumprindo sua missão. Sem fé, elas já nascem sabendo o que deve ser feito. E fazem!

E nós? O que temos feito?

Pense nisso, agora e sempre, se afaste de pessoas que vivem dizendo que sexo, religião e futebol não se discute. A cada discussão de real conteúdo, estamos enviando a nossos companheiros mais próximos e aos nossos descendentes as informações que servirão de base para a continuidade do pensamento humano. Não faça com que eles tenham de começar de novo, como muitos de nós, do início dos tempos do homo sapiens sapiens.

Comece uma nova vida agora. Comece a pensar!
Só assim seu ano será diferente.
Feliz pensamento novo!

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